segunda-feira, 9 de julho de 2007

E política? Isso não se discute?

Começo pela confissão de interesses: as eleições intercalares lá em baixo em Lisboa interessam-me zero. Não porque não goste da cidade de Lisboa (sublinhe-se a expressão cidade), mas porque, precisamente, não se trata da urbe onde vivo. Já me basta ter que me preocupar diariamente com a gestão arrogante do presidente da minha autarquia...
Mesmo assim, a comunicação social gosta tanto da capital que é impossível ao desinteressado escapar a notícias sobre a campanha alfacinha. Ora é o telejornal que abre com a visita ao mercado... (ups, já não me lembro do nome... para mim mercados só o do Bolhão e o do Bom Sucesso) de três candidatos, ora é o jornal que tem nas primeiras páginas uma entrevista cheia de boas intenções de um dos não-sei-quantos pretendentes à cadeira de autarca da capital.
Ora, do que pouco leio e tenho visto nos media, a campanha tem tido vários matérias em discussão. Falta, no entanto, uma coisa... a discussão política. Porque, como leio no Público online, ou é pedidos de demissão de apoiantes de uma candidatura, ou é um candidato que se julga ultrajado por um líder partidário fazer uma acusação infundada sobre os futuros terrenos da Portela, ou é um ferrenho "portista" (atenção às aspas, não vá o sentido confundir-se...) que se faz de vítima e que pelas últimas sondagens vê a sua eleição como vereador "por um canudo".
Enfim, lá por baixo há de tudo menos política.
Curioso, sempre que penso em eleições em Lisboa recordo-me da noite eleitoral das últimas autárquicas, em que o principal derrotado, Manuel Maria Carrilho, no seu discurso de derrota afirmou que tinha perdido a única candidatura que apresentara ideias e projectos concretos para a cidade, e muito por culpa da comunicação social. Com todo este circo, e com a necessidade de eleições intercalares, como eu dou razão a Carrilho...

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